Alunos de odontologia pedem retorno de aulas presenciais na UFMG

Estudantes de Odontologia da UFMG, fizeram carreata no campus, na segunda-feira (8), reivindicando o retorno das aulas presenciais para o curso. Eles pararam diante da reitoria com cartazes exigindo um “posicionamento” da universidade e “abertura de diálogo”.

Os alunos dizem que, um ano após início da pandemia, em março de 2020, as “atividades práticas só retornaram para uma disciplina, do último período do curso.” E que o restante segue sem previsão de retorno.

De acordo com a estudante Jeniffer Gonçalves, após total fechamento, em março, as aulas retornaram de forma remota, mas, um ano depois, ainda continuam a distância para quase todos os alunos.

“Entendemos a seriedade da situação da saúde do país e do mundo e não pedimos um retorno integral, mas temos alguns questionamentos: por que o colegiado não conversa abertamente com os alunos, prestando esclarecimentos e nos dando a oportunidade de sermos ouvidos? Frisamos que a paralisação das nossas atividades não atrapalha somente nossa formação.”

(foto: Jeniffer Gonçalves/Divulgação)
(foto: Jeniffer Gonçalves/Divulgação)
Segundo a estudante, “são milhares de pessoas que recebiam tratamento odontológico na instituição que estão sendo prejudicadas. Para se ter uma ideia, de acordo com os números de produtividade da faculdade, a média de consultas é de 19 a 20 mil atendimentos por ano, e hoje, com as novas normas, estão sendo atendidos cerca de dois pacientes por dia. Nossos pacientes dependem de nós”.

Ela questiona por que a reabertura de cursos como Enfermagem e Medicina e odontologia ficou de fora.

Em nota, a Faculdade de Odontologia (FAO) considerou “improcedentes” as alegações dos estudantes. E que não houve “paralisação das aulas” durante a pandemia, mas que a UFMG precisou se adequar às recomendações e normas das autoridades sanitárias locais.

Segundo a escola, até dezembro do ano passado, o projeto de extensão, acolhimento e orientação ao usuário adaptou seu plano de trabalho à nova realidade e criou o acolhimento remoto, por meio das teleconsultas e do WhatsApp.

“Em momento algum, desde o início da pandemia, o laboratório de anatomia patológica deixou de receber peças para análise e de emitir laudos.”

O retorno da comunidade aos campi dependerá das condições apropriadas e da liberação das autoridades do município. A volta será gradual e “extremamente cuidadosa.” A UFMG também estabeleceu plano de retorno para atividades presenciais não adaptáveis ao modo remoto.

Faculdade diz seguir protocolos de retonro traçados pela UFMG

A FAO diz que segue esse protocolo, o Plano de retorno da Universidade, e foi referência na retomada dos atendimentos de urgência, em janeiro de 2021, por meio da disciplina de urgências odontológicas.

“Os protocolos são sustentados por evidências científicas, em consonância com as diretrizes da Associação Brasileira de Ensino Odontológico, e garantem segurança a todos os envolvidos: pacientes, discentes, docentes e servidores.”

A odontologia é uma das profissões de maior risco ocupacional, uma vez que o trabalho é realizado diretamente na cavidade bucal e trato aéreo superior, onde se dá a produção de aerossóis, a principal e mais potente forma de transmissão da COVID-19.
Desde a retomada dos atendimentos de urgência, segundo a faculdade, tem sido possível atender quatro pacientes por turno, somando 28 atendimentos por semana e, em média, 96 atendimentos/mês. O serviço de radiologia odontológica ofertou, desde janeiro, 194 bite-wings, 57 panorâmicas e 39 radiografias periapicais.

Tanto na urgência quanto na radiologia, os usuários são oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em relação à comunicação com os estudantes, a faculdade ressalta que tanto o Colegiado do Curso de Graduação em Odontologia (Colgrad) como o Núcleo Docente Estruturante (NDE) buscaram alternativas para manter o contato permanente com os estudantes.

“Dois docentes de cada período tornaram-se mediadores nesse processo, abrindo canal de comunicação direto para cada período do curso, o que tem propiciado acolhimento, esclarecimento e aconselhamento. Esses professores mediam as demandas dos discentes com os demais órgãos e setores da FAO.”

Fotos: (Jeniffer Gonçalves/Divulgação)

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